quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

AS PEDRAS FALARÃO

“Se não falarmos, as pedras falarão” ( cf. Lc 19,40)

A Igreja dedica o mês de outubro às missões, e é enviada por Deus a toda gente, obedecendo a um mandato de seu fundador, Jesus: “Ide por todo mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc16, 15).

“Ora, enquanto caminhavam e discutiam entre si, o próprio Jesus aproximou-se e pôs-se a caminhar com eles…” (Lc 24, 15). No Evangelho de Lucas 24,13-35, no famoso trecho dos discípulos de Emaús, Jesus se põe a caminhar com eles durante o retorno à cidade de Emaús. Os discípulos voltavam tristes de Jerusalém pela morte de Jesus, por isso não conseguiam reconhecê-Lo. Ele lhes diz que são lentos e insensatos de coração e lhes explica as Escrituras. Simula ir embora, e os discípulos O convidam a permanecer. No momento da fração do pão eles O reconhecem e acreditam que ressuscitou. “Uma vez à mesa com eles, tomou o pão, abençoou-o, depois o partiu e o distribuiu a eles. Então seus olhos se abriram e o reconheceram” (Lc 24, 31).

A presença de Jesus em nosso meio, principalmente na fração do pão, a eucaristia, foi o fato mais importante deste trecho do Evangelho de Lucas. Os discípulos de Emaús sentem a força de terem Jesus em seu meio e isso lhes dá coragem de testemunhar aos outros que Ele ressuscitou. Se não fizermos esta experiência de encontro com Jesus jamais conseguiremos evangelizar, pois evangelho quer dizer anúncio da boa nova. E qual boa nova nós queremos anunciar? A que experimentamos na nossa própria vida!

“E disseram um ao outro: Não ardia o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, quando nos explicava as Escrituras.” (Lc 24, 32)

“Desejamos que a alegria recebida no encontro com Jesus Cristo, a quem reconhecemos como o filho de Deus encarnado, chegue a todos os homens feridos; desejamos que a alegria da boa nova do Reino chegue a todos. A alegria do discípulo é antídoto frente a um mundo atemorizado pelo futuro e oprimido pela violência e pelo ódio. A alegria do discípulo não é um sentimento de bem-estar egoísta, mas uma certeza que brota da fé, que serena o coração e capacita-os para anunciar a boa nova do amor de Deus” (CELAM*).

“Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém. Acharam-se aí reunidos os onze e seus companheiros, que disseram: É verdade! O Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!” (Lc 24, 33-34). Ao nos encontrarmos com Jesus, assim como os discípulos, queremos expressar a alegria de sermos seguidores do Senhor, de termos sido enviados com o tesouro do Evangelho.

Conhecer Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber. Encontrá-Lo é o melhor que pode ocorrer em nossas vidas, e fazê-Lo conhecido com nossas palavras e obras é nossa alegria. Quando cresce em nós a consciência de que pertencemos a Jesus, em razão disto, se produz gratuidade e alegria em nossos corações. Cresce também o ímpeto de comunicar a todos o dom do encontro com Ele. A missão não se limita a um programa ou projeto, é também compartilhar a experiência do encontro com Jesus, testemunhá-Lo e anunciá-Lo de pessoa a pessoa, de comunidade em comunidade e da Igreja a todos os confins do mundo. Esta é a missão de todo batizado e é também a nossa.

Que cada um possa viver este ano em missão na alegria de anunciar o Cristo e de poder ver e sentir os milagres que Ele opera quando nos dispomos a levá-Lo aos outros. Não deixemos de anunciar as maravilhas que Ele fez em nosso favor, para que também faça maravilhas na vida de tantas pessoas. Basta que digam sim.


*Conferência Episcopal Latino-Americana

Luiz Agostinho
Comunidade de Vida


Fonte:http://www.misericordia.com.br/

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